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Estresse emocional e Infarto

Uma resposta no Instagram me motivou a procurar evidências do seguinte tema: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Estresse. A seguidora refletiu que seu pai havia falecido de IAM, e durante sua vida “era uma esponja”, absorvia todos os problemas, e por esse motivo hoje ela não engolia desaforos. A partir dessa situação, a medicina que hoje é baseada em evidências nos leva a buscar artigos e trabalhos e que corroborem para essa assertiva.


Numa situação de estresse, o organismo entende que está perante a uma agressão, e seu sistema de ‘luta ou fuga’ é ativado. Quando há perigo, esse mecanismo é vantajoso, entretanto quando ele é ativado de forma crônica, a lesão é inevitável. Por esse motivo, Loures3 em seu artigo mostra que o estresse crônico está relacionado com o aparecimento de diversas doenças, que vão desde infecções virais, gastrites, até câncer.


O sistema cardiovascular é o primeiro a responder às adaptações do estresse, alternando entre um estado de repouso e aquele mais acelerado para garantir o que chamamos de homeostase, ou seja, o que equilíbrio do organismo. Dessa maneira, numa situação estressante há respostas e adaptações físicas e comportamentais para essa situação, devido a liberação de hormônios e ativação neural.


O infarto acontece devido a isquemia do miocárdio (coração), e o que é isso? Bom, ao longo do tempo, há acúmulo de lipídios (gorduras), o que chamamos de aterosclerose, na artéria que é o vaso que leva sangue pro coração, depois de alguns anos, esse acúmulo leva à obstrução do vaso, e sem sangue, o coração também fica sem oxigênio, o que pode levar a morte de uma parte do miocárdio. Para tudo isso ocorrer, existem alguns fatores que aumentam a chance, conhecidos como fatores de risco, e o estresse é comprovadamente um deles. Também no trabalho de Loures3 há demonstração da correlação entre a presença do estresse mental e os eventos de IAM. Também é importante destacar que além de fator de risco para desenvolver, o estresse também pode levar ao infarto aqueles que já possuem aterosclerose, porque no momento de estresse há maior consumo de oxigênio, devido maior frequência cardíaca e maior pressão arterial.


Corroborando o exposto, Dantas2 em seu estudo mostrou que quase 80% das mulheres que infartaram referiram estresse cotidiano, sendo que o ambiente gera angústia, preocupações e tensões. Ainda nesse sentido, 55% consegue referir fatos que ocorreram que possam atribuir ao infarto. Em outro trabalho, com ambos os sexos, Colombo1 aborda que estresse ou “tensão nervosa” é a causa mais apontada pelos seus pacientes como responsável pelo IAM. Esses dados elucidam que o estresse é um fator prevalente nos pacientes de IAM e o que há necessidade de intervenção devido sua prevalência e morbidade.

Referências

  1. COLOMBO, R.C.R.; AGUILLAR, O.M. Estilo de vida e fatores de risco de pacientes com primeiro episódio de infarto agudo do miocárdio. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 2, p. 69-82, abril 1997

  2. DANTAS, Rosana Aparecida Spadoti; COLOMBO, Roberta Cunha Rodrigues; AGUILLAR, Olga Maimoni. Perfil de mulheres com infarto agudo do miocárdio, segundo o modelo de" campo de saúde". Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 7, n. 3, p. 63-68, 1999. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11691999000300009&lng=pt&tlng=pt

  3. LOURES, Débora Lopes et al. Estresse mental e sistema cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 78, n. 5, p. 525-530, 2002. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2002000500012&script=sci_arttext

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